Arranha-céus ofuscam o horizonte
Moldura esculpida do lixo ao luxo
Sonhos e mais sonhos à beira mar
Pesadelo na beira do córrego sujo
Em ônibus lotado a cinco da manhã
Trabalhadores atravessam a cidade
Como ovelhas na presença de lobos
São subjugados como inferioridade
Apesar, vozes ecoam dos findados
Independentemente dos insumos
Talentos escalam o fundo do poço
Olhos sedentos ao topo do mundo
Os proletariados regem as cidades
Mas são discriminados pela sua cor
Como se no branco coexistisse paz
Como se no preto ausentasse amor
Irracional distúrbio segregacionista
No leito de morte somos todos um
Porém, o argumento não convence
Ódio propaga como senso comum
Reivindicações avançam lentamente
Pois os movimentos são dissociados
O único caminho para revolucionar
É o caminho do sangue derramado
Enquanto isso, a indústria estuda
Novas formas de entretenimento…
Diego Rodrigues Silva Aguiar
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