Lembranças eternas

Envelhecendo no passado, levei o futuro como refém e o presente tratei como um ninguém. Sem perceber, forcei o relógio a voltar no tempo, ou melhor, segurei os ponteiros e o tempo parou. Mas a vida não espera, e o tempo (não o meu, mas o real), este sim se distanciou…
Me agarrei nas vigas que restavam dos tremores do meu coração, e ao invés de erguer novamente os muros, passei a viver em meio aos escombros e me escondendo na completa escuridão.

Apesar das inúmeras tentativas, não tive forças para me reerguer, pelo contrário, o mundo inteiro desmoronou ao meu redor, ao ponto de não haver mais chão para despencar, e foi quando imaginando o meu completo fim, entendi, que somente despencando ao infinito é que seria capaz de voar!

Agora, prossigo com o objetivo de rejuvenescer o tempo perdido, libertar o futuro das algemas da ansiedade e principalmente amar o presente como nunca amei ninguém, pois os tremores que outrora desolaram-me, perderam as forças e estão calmos, mas a verdade é que tanto a paz quanto o caos jamais deixarão de coexistir dentro do meu coração.

E quem sabe eu comece a viver, não lançado no futuro ou esquecido no passado, mas vivendo verdadeiramente no agora — Mesmo que para isso se torne refém dos anseios reprimidos, que juntos lutarão incansavelmente pela liberdade que lhes tomei — Se assim for necessário, pois bem, que até os meus últimos dias este seja o meu eterno fardo, pois na dor me orgulharei por completo, de quem na mais profunda ilusão não me tornei.

Diego Rodrigues Silva Aguiar
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